segunda-feira, 18 de maio de 2020

Livros malditos


Desde que o homem começou a se sentir atraído pelos livros, começaram também as histórias de livros proibidos ou amaldiçoados. Alguns foram absolutamente inventados – como o já famoso Necronomicon, de H. P. Lovecraft – outros foram realmente escritos e, por uma razão ou outra, arrebanharam a fama de malditos ao longo dos séculos, como o Livro de Thot, que dizem matar quem o lê.
Um dos famosos autores de uma das obras referenciais sobre ocultismo “O despertar dos mágicos”, Jacques Bergier, dizia existir pelo menos um grupo no mundo que seria responsável pelo desaparecimento de alguns livros considerados malditos. Apelidou esse grupo de "homens de preto". Ele sempre afirmou que havia uma destruição sistemática de livros e documentos contendo descobertas perigosas. Estes livros seriam perigosos não só pelo seu conteúdo, mas também porque teriam efeitos imprevisíveis.
Um dos mais antigos é o "Livro Negro de Carmarthen", que teria sido escrito em 1250, o que faria dele o mais antigo manuscrito medieval escrito em galês. Com poemas e histórias de lendas proféticas sobre os heróis da “Idade das Trevas”, inclui as primeiras referências ao Rei Arthur e ao mago Merlin.
Já o egípcio “Livro de Thot” teria a capacidade de causar a morte de seus azarados leitores que, se tivessem sorte de sobreviver, poderiam até convocar os mortos ou entender a linguagem de cada animal sobre a face da terra, dependendo das passagens que liam em voz alta.
 O criador da Cientologia, Ron Hubbard, afirmava ter escrito um livro tão absurdo que todos os que o leram ficaram loucos. O manuscrito chamava-se “Excalibur” e tinha a ver com a saga do rei Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda. Há quem garanta que poucos e raríssimos exemplares da obra maldita ainda circulam pelo mundo.
O livro “O rei de amarelo”, de Robert W. Chambers é outro sempre apontado como perigoso. Ganhou destaque entre seus fãs mais por isso do que por outra coisa já que, como obra literária, é bem simples. Sua menção em outros livros – como em “Às Avessas”, de Huysmans, por exemplo – e sua preferência entre alguns intelectuais influentes fizeram muito mais pela sua fama de “livro maldito” do que o próprio livro em si.
O fato de Chambers afirmar que a leitura de um dos capítulos pode matar também ajudou a mitologia do livro, que nada mais é do que contos entrelaçados com uma peça de teatro chamada justamente de “o rei de amarelo”. O problema é que a leitura integral do texto levaria à loucura e à morte.
Conhecido como “o livro que ninguém consegue ler”, o manuscrito Voynich é um volume ilustrado numa linguagem aparentemente incompreensível que está catalogado na Bibilioteca Beinecke de Manuscritos e Livros Raros da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Tem esse nome em homenagem ao polonês naturalizado britânico Wilfrid Voynich, comerciante de livros usados que teria descoberto o misterioso livro em 1912, na Itália.
            Teorias sobre o que seria o estranho documento não faltam, até a de que é um diário de um extraterrestre adolescente, esquecido por aqui há muito tempo. O livro parece mesmo um diário, pelo menos no formato: pequeno, frágil e com uma capa de couro desgastada, tem cerca de 240 páginas, quase todas com desenhos.
            Os desenhos parecem coisas saídas de alucinações: plantas estranhas, símbolos astrológicos, criaturas em forma de medusas, uma espécie de lagosta e até um grupo de mulheres nuas. Muitos pesquisadores acreditam que o livro tenha sido “criado” pelo próprio Voynich, um expediente muito comum entre comerciantes de livros raros.
            O certo é que livros malditos, misteriosos ou simplesmente raros ainda são fonte de inspiração para a criação de outros livros. Um dos casos mais recentes é o livro “O mercador de livros malditos”, do italiano Marcello Simoni (Jangada). Com a desculpa da busca por um raríssimo livro repartido em quatro pedaços, o Uter Ventorum, a história é repleta de enigmas e reviravoltas típicas da época em que ainda se acreditava em magias, maldições e livros poderosos. Vale a pena arriscar e, o que é melhor, sem correr risco de vida com a leitura.

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