Desde que o
homem começou a se sentir atraído pelos livros, começaram também as histórias
de livros proibidos ou amaldiçoados. Alguns foram absolutamente inventados –
como o já famoso Necronomicon, de H. P. Lovecraft – outros foram realmente
escritos e, por uma razão ou outra, arrebanharam a fama de malditos ao longo
dos séculos, como o Livro de Thot, que dizem matar quem o lê.
Um dos famosos
autores de uma das obras referenciais sobre ocultismo “O despertar dos
mágicos”, Jacques Bergier, dizia existir pelo menos
um grupo no mundo que seria responsável pelo desaparecimento de alguns livros
considerados malditos. Apelidou esse grupo de "homens de preto". Ele
sempre afirmou que havia uma destruição sistemática de livros e documentos
contendo descobertas perigosas. Estes livros seriam perigosos não só pelo seu
conteúdo, mas também porque teriam efeitos imprevisíveis.
Um dos mais
antigos é o "Livro Negro de
Carmarthen", que teria sido escrito em 1250, o que faria dele o mais
antigo manuscrito medieval escrito em galês. Com poemas e histórias de lendas
proféticas sobre os heróis da “Idade das Trevas”, inclui as primeiras
referências ao Rei Arthur e ao mago Merlin.
Já o egípcio “Livro de Thot” teria a capacidade de
causar a morte de seus azarados leitores que, se tivessem sorte de sobreviver,
poderiam até convocar os mortos ou entender a linguagem de cada animal sobre a
face da terra, dependendo das passagens que liam em voz alta.
O criador da
Cientologia, Ron Hubbard, afirmava ter escrito um livro tão absurdo que todos
os que o leram ficaram loucos. O manuscrito chamava-se “Excalibur” e tinha a
ver com a saga do rei Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda. Há quem
garanta que poucos e raríssimos exemplares da obra maldita ainda circulam pelo
mundo.
O livro “O rei de amarelo”, de Robert W. Chambers é
outro sempre apontado como perigoso. Ganhou destaque entre seus fãs mais por
isso do que por outra coisa já que, como obra literária, é bem simples. Sua
menção em outros livros – como em “Às Avessas”, de Huysmans, por exemplo – e
sua preferência entre alguns intelectuais influentes fizeram muito mais pela
sua fama de “livro maldito” do que o próprio livro em si.
O fato de Chambers afirmar que a leitura de um dos
capítulos pode matar também ajudou a mitologia do livro, que nada mais é do que
contos entrelaçados com uma peça de teatro chamada justamente de “o rei de
amarelo”. O problema é que a leitura integral do texto levaria à loucura e à
morte.
Conhecido como “o livro que ninguém consegue ler”, o
manuscrito Voynich é um volume ilustrado numa linguagem aparentemente
incompreensível que está catalogado na Bibilioteca
Beinecke de Manuscritos e Livros Raros da Universidade de Yale, nos Estados
Unidos. Tem esse nome em homenagem ao polonês naturalizado britânico Wilfrid
Voynich, comerciante de livros usados que teria descoberto o misterioso livro
em 1912, na Itália.
Teorias
sobre o que seria o estranho documento não faltam, até a de que é um diário de
um extraterrestre adolescente, esquecido por aqui há muito tempo. O livro
parece mesmo um diário, pelo menos no formato: pequeno, frágil e com uma capa
de couro desgastada, tem cerca de 240 páginas, quase todas com desenhos.
Os
desenhos parecem coisas saídas de alucinações: plantas estranhas, símbolos
astrológicos, criaturas em forma de medusas, uma espécie de lagosta e até um
grupo de mulheres nuas. Muitos pesquisadores acreditam que o livro tenha sido
“criado” pelo próprio Voynich, um expediente muito comum entre comerciantes de
livros raros.
O
certo é que livros malditos, misteriosos ou simplesmente raros ainda são fonte
de inspiração para a criação de outros livros. Um dos casos mais recentes é o
livro “O mercador de livros malditos”, do italiano Marcello Simoni (Jangada).
Com a desculpa da busca por um raríssimo livro repartido em quatro pedaços, o
Uter Ventorum, a história é repleta de enigmas e reviravoltas típicas da época
em que ainda se acreditava em magias, maldições e livros poderosos. Vale a pena
arriscar e, o que é melhor, sem correr risco de vida com a leitura.
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